Com este trabalho, pretende-se (1) analisar de que maneira a literatura de testemunho mobilizou convenções literárias com o intuito de descrever as experiências concentracionárias e (2) refletir sobre como o historiador, na condição também de testemunha, não apenas dá ouvidos ao relato como também assume um compromisso ético ao conferir voz aos mortos. Mais do que isso, buscar-se-á compreender a experiência dramática não a partir do não dito, mas por meio do que há de convencional, de literário. O relato testemunhal não é espontâneo, mas fruto de escolhas, de arrazoados, de máximas mobilizadas para descrever/evidenciar o sofrimento e a condição humana. Embora a prioridade recaia sobre a figura de Ulisses, buscaremos nas obras de Levi outros lugares comuns mobilizados com o intuito de colocar ?diante dos olhos? do leitor o quadro horrendo presenciado nos campos de concentração..